panorama plaza mayor

Se te perguntarem qual é a praça mais importante de Madrid, com certeza vais responder que é a Plaza Mayor. Mas será que também sabes o que se passou por aqui ao longo dos séculos?

Localizemo-nos: a Plaza Mayor está no centro da cidade de Madrid, junto à Calle Mayor e muito próximo da conhecida Porta do Sol. Mas nem sempre foi assim!

laguna lujan plaza mayor madrid
(fonte: grandespersonajes.foroactivo.com)

O local onde hoje em dia se localizada a Plaza Mayor foi, até ao final do século XII, um pântano chamado Laguna de Luján (por pertencer a Francisco de Luján) e encontrava-se fora da muralha que rodeava a cidade. Os monarcas costumavam vir aqui caçar patos e conta-se que existia aqui um dragão!

Com o passar do tempo o pântano acabou por secar e esse terreno baldio começou a ser utilizado pelos mercadores que vinham a Madrid para vender os seus produtos. Durante o século XV a capital e a corte mudaram-se para Madrid, o que ajudou a impulsionar construção de uma praça que acabou por se transformar no mercado principal da vila de Madrid. Decidiram chamar-lhe a Plaza de Arrabal, por estar situada no meio de dois arrabales, como se chamavam os bairros extramuros.

plaza arrabal plaza mayor madrid
(fonte: grandespersonajes.foroactivo.com)

Em 1463 Enrique IV concede a Madrid o privilégio de celebrar uma feira todos os meses. Devido à grande afluência de pessoas e vendedores, a Plaza del Salvador (actual Plaza de la Villa) tornou-se pequena e Enrique IV foi obrigado a mudar o mercado para a Plaza de Arrabal.

Quem não ficou contente com esta mudança foi o Ayuntamiento da cidade, pois a praça não tinha entradas definidas nem era amuralhada, impedindo-os de cobrarem o portazgo, a taxa que todos os vendedores ao entrarem na cidade tinham de pagar.
No final do século XV este já é o mercado mais popular da vila e decidem construir a primeira casa com arcadas. Seria uma lonja, um edifício construído para regular o comércio da praça.

Em 1619, Juan Gómez de Mora concluiu a construção da praça, mas a obra não durou muito tempo de pé…

Os incêndios da Plaza Mayor de Madrid

Ao longo da sua história, a Plaza Mayor sofreu três grandes incêndios que a destruíram quase por completo e mudaram a sua forma inicial até à que conhecemos hoje em dia.

segundo incendio plaza mayor
(fonte: igrabados.com)

Primeiro incêndio: 1631

Aconteceu na noite de 6 de Julho, causado por umas fagulhas que saltaram de um forno numa casa privada. O fogo lavrou durante 3 dias por culpa dos materiais utilizados na construção, maioritariamente madeira. Morreram 13 pessoas e dezenas de casas ficaram destruídas.

O incêndio foi tão forte que até o rei Felipe IV acudiu à praça para salvar o corpo de San Isidro e pedir-lhe que ajudasse a apagar o fogo.

Segundo incêndio: 1672

Uma vez mais por causa dos materiais utilizados a Plaza Mayor de Madrid acaba por sofrer outro incêndio. De proporções idênticas ao anterior, desta vez a Casa de la Panadería ficou completamente queimada.
Em 1674 o restauro da Casa de la Panadería termina, graças aos fundo oferecidos por Mariana de Áustria.

Terceiro incêndio: 1790

Na noite de 16 de Agosto de 1790 começa aquele que seria o pior dos três incêndios da Plaza Mayor, destruindo completamente mais de um terço da praça.

Como naquela altura os meios e métodos para apagar incêndios eram maus e insuficientes, muitos dos edifícios vizinhos aos que estavam em chamas tiveram de ser demolidos para servirem como contrafogos.

Desta vez o arquitecto contratado para a obra, Juan de Villanueva deixou de lado a madeira, optando por utilizar a pedra e o tijolo. Decidiu também descer a altura dos edifícios de 5 para 3 andares e foi o responsável pelo aspecto que a praça tem hoje em dia, já que decidiu fechá-la por completo e construir os 10 arcos de acesso que hoje conhecemos.

Casa de la Carnicería

plaza mayor casa carniceria

Crê-se que foi construída em 1631 depois do primeiro incêndio, para abastecer os mercados da vila com carne.

Teve vários usos relacionados com a política e a cidade de Madrid, incluindo o gabinete do Vice-presidente da Câmara. Hoje em dia existe um projecto para a transformar em hotel.

Casa de la Panadería

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É o edifício mais importante da Plaza Mayor e foi um dos primeiros edifícios a ser construído em 1590. No início foi a tahona mais importante da vila, o local onde se fixava o preço do pão.

O incêndio de 1672 deixou o edifício completamente destruído, sendo reconstruído por José Jiménez Donoso.

Entre as várias funções que a Casa de la Panadería teve ao longo dos séculos, podemos destacar a sede da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando e a Academia de la História. Hoje em dia é a sede do Centro de Turismo de Madrid.

plaza mayor centro turismo madrid

A decoração que podemos ver na fachada é obra de Carlos Franco, foi pintada em 1992 e nela distinguem-se figuras mitológicas relacionadas com a cidade de Madrid, como é o caso da deusa Cibeles ou do Urso e de Medronheiro.

O relógio situado no lado esquerdo da Casa de la Panadería foi colocado nos anos setenta. É feito em granito vermelho com números de bronze e possui um carrilhão de 11 sinos. Ao meio-dia tocava o Angelus e às 21h tocava um moteto atribuído a Carlos V.

fachada casa panadería plaza mayor de madrid
Pormenor da fachada da Casa de la Panadería

Na parte superior e central do edifício encontramos o brasão de armas de Carlos II.

Brasão de Armas de Carlos II

plaza mayor escudo carlos ii

Pela sua forma podemos deduzir que foi elaborado depois de 1668, já que não aparece o brasão de Portugal, cuja independência nesse momento já tinha sido reconhecida pela coroa espanhola.

O escudo divide-se em 4 partes: escudo de Castela e Leão; escudo de Aragão e Sicília; escudo da Áustria e da Borgonha moderna; e escudo da Borgonha antiga e Brabante. No escudete inferior estão os escudos da Flandres e do Tirol. No centro do brasão, o símbolo de Granada.

No caso de que Portugal ainda estivesse sob o domínio espanhol, o seu escudo seria colocado no escudete superior, entre os escudos de Castela e Leão e os de Aragão.

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Portuguesa, nascida e criada em Braga, madrilena de adopção. Tradutora de "curso", Analista SEO de profissão, trabalhei na capital espanhola durante 9 anos. Adoro viajar, perder-me pelas cidades, conhecer novas culturas e amo o mar! Faço visitas guiadas por Madrid em português e escrevo sobre as centenas de curiosidades que esta cidade guarda!

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